Empreendedora baiana viraliza com ovo da Páscoa feito de acarajé
18/04/2025
(Foto: Reprodução) Prato especial foi criado por Adriana Ferreira para impulsionar as vendas durante a Semana Santa, em Salvador. Iguaria custa R$ 60. Empreendedora baiana viraliza com ovo da Páscoa feito de acarajé
Uma empreendedora de Salvador viralizou nas redes sociais com um ovo da Páscoa bem diferente do que é tradicionalmente consumido no período. No clima da Bahia, a iguaria é feita de acarajé, com complemento de vatapá e camarão.
Adriana Ferreira explicou ao g1 que a ideia curiosa surgiu para impulsionar as vendas durante a Semana Santa, além de atrair novos clientes para as duas lojas de comida baiana que administra em Salvador: uma no bairro de Paripe, na região do subúrbio, e outra em Itapuã.
A novidade atingiu o objetivo esperado e tem feito sucesso. O "ovojé", como tem sido chamado nas redes sociais, começou a ser vendido por R$ 80 no início do mês, mas passou a custar R$ 60 na reta final da Semana Santa - três vezes mais caro que o valor que geralmente é cobrado por um acarajé na capital baiana. Em compensação, esse "diferentão" é bem maior e pesa mais de um quilo.
Empreendedora baiana faz sucesso com ovo da Páscoa feito de acarajé
Divulgação
Para conseguir o formato oval e o tamanho gigante, a baiana precisou fazer modificações nos utensílios que usa na preparação do acarajé. Já a escolha dos complementos segue a mesma da montagem do bolinho frito típico da culinária baiana.
"Eu peguei a colher que a gente trabalha fazendo o acarajé e, aí, modelei arredondando as pontas, deixando uma abertura maior na frente para que desse o formato do ovo da Páscoa. Mas a massa é normal do acarajé, com o feijão fradinho, cebola e sal, sem alterar nada", afirmou.
Adriana Ferreira vende acarajé em Salvador
Reprodução/Redes sociais
A tática é repetida pela empreendedora a cada data festiva ou momento de destaque, como já fez no Dia dos Namorados, com acarajé em formato de coração; e na estreia do filme "Barbie", que teve acarajé cor de rosa rosa - que inclusive foi alvo de polêmicas.
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Adriana faz questão de destacar que o objetivo não é interferir nas tradições que envolvem os quitutes.
"Não estou mudando a tradição, a característica do acarajé. Não coloquei chocolate no meio, nem nada. É apenas o dendê. Essa é a nossa inovação. E eu acho que ser empreendedor hoje é isso. É ter inteligência para inovar", destacou em entrevista ao g1.
Adriana Ferreira vende acarajé com camarão fresco
Divulgação
Alimento sagrado
A preparação do àkàrà je, que significa comer bola de fogo na língua Iorubá, desembarcou no Brasil junto com os escravos oriundos do Golfo do Benim, na África Ocidental. No universo do Candomblé, o acarajé é comida sagrada e ritual, ofertada aos orixás, sendo uma das razões pela qual a receita do acarajé se mantém sem muitas alterações.
Transmitida oralmente ao longo dos séculos por sucessivas gerações, o acarajé - bolinho de feijão fradinho frito no azeite de dendê - era comercializado no período colonial pelas escravas de ganho ou negras libertas, proporcionando a elas a sobrevivência após a abolição da escravatura.
Séculos depois, o ofício ganhou reconhecimento com o Dia Nacional da Baiana do Acarajé, comemorado em 25 de novembro e, desde 2017, a profissão foi incluída na lista de Classificação Brasileira de Ocupações.
Empreendedora baiana faz sucesso com ovo da Páscoa feito de acarajé com vatapá e camarão
Divulgação
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